The Supreme Federal Court (STF) in Brazil approved a plan to combat police lethality during operations in Rio de Janeiro, concluding the ADPF das Favelas judgment. Key aspects of the decision include:
Reactions: Governor Cláudio Castro and Mayor Eduardo Paes praised the decision, particularly the easing of helicopter restrictions. However, organizations like Iniciativa Direito à Memória e Justiça Racial and Complexos Advocacy de Favelas criticized the decision, viewing it as a setback for community safety. Other experts offered mixed reactions, highlighting both positive and negative aspects of the ruling, focusing on increased accountability and potential concerns about expanded police powers.
O Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou ontem, de forma conjunta, um plano de ação para o combate à letalidade policial em operações no Rio, concluindo o julgamento da ADPF das Favelas. Entre as medidas anunciadas pelo presidente da corte, Luís Roberto Barroso, estão a determinação para que a Polícia Federal (PF) amplie sua atuação e investigue crimes com repercussão interestadual e internacional no estado e a elaboração de um plano de reocupação territorial de áreas controladas por organizações criminosas. O STF também flexibilizou ordem anterior, dada na mesma ação, que restringia o uso de helicópteros e estabelecia que as ações policiais ocorressem apenas em casos excepcionais.
O consenso foi alcançado entre os 11 ministros do Supremo após uma série de debates sobre pontos considerados sensíveis entre os magistrados e alvos de críticas tanto por parte de autoridades do Estado do Rio quanto por integrantes da sociedade civil.
Confira abaixo alguns dos principais pontos da decisão e a repercussão da decisão do STF:
Crítico da ADPF das Favelas, o governador Cláudio Castro elogiou a decisão tomada ontem pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo ele, o fim das restrições ao uso de helicópteros em operações policiais em favelas do Rio é “importantíssimo”.
— Quem faz uso excessivo da força são o tráfico e a milícia. A gente ainda vai ter que analisar essa decisão, o dia a dia da atividade policial é diferente, mas eu não tenho dúvida de que essa decisão vem apontar algo muito bom. Ela tirou barreiras importantíssimas. Eu me sinto muito contemplado. A intenção do estado é cumprir a decisão na íntegra — disse.
Para Castro, o maior desafio será criar um plano de desocupação das áreas sob domínio do crime organizado, como determinou o STF:
— Enquanto estiver entrando arma à vontade, droga à vontade, enquanto não tiver asfixia financeira, a gente não consegue combater o crime organizado. A intenção da polícia não é entrar atirando. Nunca.
Assim como o governador, o prefeito Eduardo Paes também foi a Brasília para acompanhar a audiência no plenário do STF.
— É importante a determinação para a Polícia Federal abrir inquérito e entrar nessa história para identificar sinais de lavagem de dinheiro, como esses recursos são movimentados. O sujeito não pode se considerar dono de territórios por todo o estado. Isso não acontece só na capital — afirmou o prefeito.
Daniel Sarmento, professor titular de Direito Constitucional da Uerj e autor da ADPF, elogiou o resultado:
— Desde 2019, quando foi implementada, a ação contribuiu para a redução da letalidade policial. Essa decisão do plenário reforçou pontos importantes como a necessidade de as autoridades prestarem contas ao MP de suas ações, além do reconhecimento de que a PF tem que ter um papel ativo nas investigações do crime organizado.
As organizações Iniciativa Direito à Memória e Justiça Racial e Complexos Advocacy de Favelas, que atuam na defesa da população negra e na segurança pública, consideraram a decisão do Supremo um retrocesso.
— A favela perdeu. A ADPF era sobre controle das polícias e não das favelas. Solicitamos um plano de redução da letalidade policial e o STF, ao fim, recomendou um plano de ocupação territorial — disse Fransergio Goulart, diretor executivo da IDMJR e coordenador do Complexos, ao blog da jornalista Míriam Leitão.
Goulart também criticou mudanças na versão final em relação à liminar que vigorava desde 2020. Antes, a regra previa o afastamento imediato de policiais envolvidos em mais de duas mortes em operações. Agora, diz, os casos serão avaliados internamente, sem critérios objetivos.
Eliana Sousa Silva, diretora e fundadora da ONG Redes da Maré, avalia que a decisão do STF teve avanços, mas ela também fez críticas:
— O STF determinou que a PF entre nesse combate. Há outros pontos interessantes, como estabelecer parâmetros para o controle da letalidade policial, que podem levar ao afastamento de agentes das ruas. Por outro lado, abriu caminho para o uso de unidades de saúde e educação em algumas situações (a polícia agora pode entrar nestes locais durante as operações). Disso discordamos.
O pesquisador Daniel Hirata, coordenador do Grupo de Estudos de Novos Legalismos da Universidade Federal Fluminense (UFF), citou pontos positivos da decisão:
— O Ministério Público investigar casos em que ocorre morte praticada por agente do estado é superimportante. Teremos ainda uma comissão de monitoramento, coordenada pelo Conselho Nacional do MP, que vai acompanhar as ações determinadas pelo STF.
Para o presidente da Associação Logística Brasil, André de Seixas, a ADPF vinha limitando as ações policiais. Segundo ele, a decisão de ontem foi numa linha diferente, ao acabar com a restrição ao uso de helicópteros e incluir a Polícia Federal no combate à chegada de fuzis e drogas ao Estado do Rio.
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