Morre jovem arrastada por carro de namorado enquanto segurava filha nos braços, no Paraná


A 19-year-old woman in Brazil died after being dragged by her boyfriend's car, leaving behind a daughter.
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Depois de 54 dias internada, Ana Carolina de Souza, de 19 anos, morreu no domingo (11), em Curitiba. Ela sofreu fraturas na cintura, nos membros inferiores e hemorragias internas após ser atropelada e arrastada por cerca de 120 metros pelo carro do namorado, em Apucarana, no norte do Paraná. A cidade, com cerca de 130 mil habitantes, ficou estarrecida com o caso.

Atropelada em 15 de março pelo namorado, o vendedor George Lucas Pereira Lins Fernandes, de 25 anos, Ana Carolina estava com a filha de dois anos no colo no momento da ação. Segundo testemunhas, ao perceber que seria atingida, conseguiu lançar a criança para o lado, salvando-a do impacto. A bebê não se feriu e foi entregue à avó materna após avaliação médica.

A vítima foi socorrida em estado gravíssimo e levada ao Hospital da Providência, em Apucarana. Depois, devido à complicação dos ferimentos, foi transferida para o Hospital Universitário Evangélico Mackenzie, em Curitiba, onde passou por cirurgias e permaneceu na UTI. Durante quase dois meses de internação, recebeu tratamento intensivo, mas não resistiu.

George escapou do flagrante, mas foi preso no mesmo dia que atropelou Ana Carolina. Interrogado na polícia, alegou não ter visto a namorada atrás do carro ao dar marcha à ré e disse não ter percebido que a havia atropelado e arrastado. Afirmou ainda que tudo não passou de um acidente. No entanto, seu relato apresentou contradições. Testemunhas disseram que gritaram pedindo que ele parasse o carro, gritos que ele afirmou não ter ouvido. George também admitiu ter ingerido bebida alcoólica e chegou a ligar para amigos perguntando se havia machucado alguém, o que reforçou as dúvidas da polícia sobre sua versão.

O vendedor foi indiciado pela Polícia Civil do Paraná no dia 21 de março por tentativa de homicídio qualificado por meio cruel. A hipótese de feminicídio foi descartada. Segundo a delegada Luana Lopes da Silva, que presidiu o inquérito, testemunhas afirmaram que não houve discussão entre o casal antes do atropelamento, o que afastou a motivação por violência de gênero. Para a defesa do acusado, a exclusão dessa qualificadora representou um avanço.

Doze dias após o crime, George foi solto por decisão do juiz Oswaldo Soares Neto, da 1ª Vara Criminal de Apucarana, que revogou a prisão preventiva. Na época, Ana Carolina ainda estava viva, e a defesa passou a tentar desclassificar o agravante de meio cruel e reduzir a acusação para lesão corporal grave ou crime de trânsito. A advogada do vendedor, Jakeline Aguera, afirmou que um dos médicos que atendeu a jovem relatou que ela teria repetido que tudo foi um acidente. “O depoimento da vítima ainda não foi colhido, e ele será crucial para mostrar que muita coisa foi interpretada de forma equivocada”, disse a defensora.

Com a morte de Ana Carolina, no entanto, o cenário processual muda. Caso o Ministério Público entenda que houve dolo, George poderá ser denunciado por homicídio qualificado, com pena prevista de 12 a 30 anos de prisão, além de responder por omissão de socorro. Nesse caso, será julgado pelo Tribunal do Júri, que costuma ser implacável em crimes contra a vida.

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