Você sabe o que é o tralalero tralala? O seu filho adolescente sabe - Estadão


This article discusses the 'tralalero tralala' meme and its impact on children and adolescents, highlighting its addictive nature and potential negative consequences.
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Sei que você não aguenta mais ter que acompanhar a nova trend das redes sociais, saber se é perigosa ou não, mas não tem jeito. A inteligência artificial e a capacidade das coisas se espalharem pelo mundo atualmente não combinam com a agenda atribulada da vida adulta, especialmente de mães e pais.

A parentalidade atual precisa separar um bom tempo para cuidar do que os filhos estão vendo nas redes, assim como nos organizamos para saber da lição de casa, para garantir que tomem banho, se alimentem, durmam bem e - principalmente - que estejam saudáveis e felizes.

E a novidade do momento é o tal tralalero tralala e seus derivados. Não tem ideia do que é? Pergunte a uma criança ou a um adolescente. Eles vão rir, mas não vão saber explicar exatamente do que se trata.

O tralalero tralala é um personagem, um tubarão com patas e tênis Nike criado por inteligência artificial. No meme original, que ninguém sabe como surgiu, ele aparece numa praia com uma voz, também de uma IA, falando coisas desconexas e com conteúdo agressivo em italiano.

O meme tralalero tralala, um tubarão com patas e tênis  Foto: Reprodução/Nilla Pokko/YouTube

Junto com ele, vieram outros tantos, também com essa característica antropomórfica: o bombardino crocodilo, uma mistura de crocodilo e avião de bombardeio; o lirili larila, um elefante em forma de cacto; o capuccino assassino, um copo de cappucino ninja; o chimpanzini bananini, um macaco dentro de uma banana e a ballerina cappucina, metade bailarina, metade xícara.

E ainda o thung thung sahur, que não é um animal, tem forma de tronco cilíndrico, segurando um taco, cujo nome faz referência a uma tradição muçulmana.

Nada parece fazer sentido algum e o fato dos nomes ou musiquinhas serem pronunciados com sotaque italiano deixa tudo ainda mais confuso.

Eles são o que se chama de brain rot, cuja tradução é “apodrecimento cerebral” e foi eleito o termo do ano em 2024 pela Oxford University Press. É o resultado desse consumo exagerado de um material sem significado, nada desafiador, que pode levar o cérebro a uma deterioração.

Tudo isso produzido em forma de vídeos curtos (shorts, reels), que os pesquisadores já têm mostrado que trazem prejuízos para a capacidade de desenvolver funções executivas, como atenção, concentração e autocontrole.

Por serem malucos e pretensamente engraçados, os conteúdos com tubarão de tênis são jatos rápidos de dopamina no cérebro, o neurotransmissor ligado às sensações de prazer. Quanto mais tempo exposto a esse tipo de conteúdo, maiores são os riscos de desenvolver o vício e uma sensação de tristeza e ansiedade quando se está longe dele - ainda mais para as crianças e adolescentes com cérebros ainda em desenvolvimento.

Além de viciantes, tralalero, thung thung e cia passaram a ganhar formas mais degradantes. Os personagens agora já aparecem sonorizados com funk de conotação sexual ou em imagens de violência e misoginia. E, ao mesmo tempo, viraram até brinquedos de plástico para os menores.

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