Tarifaço de Trump vale até para ilha perto da Antártica habitada por... pinguins e focas | GZH


Trump's chaotic announcement of widespread tariffs, impacting even the remote Heard and McDonald Islands inhabited by penguins and seals, sparked economic projections ranging from increased recession probabilities to significant global GDP losses.
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O anúncio oficial do tarifaço foi caótico, não só do ponto de vista do resultado econômico. O plano era expor grandes placas, que simbolizariam o alcance da medida, mas teve de ser alterado porque havia forte vento, que derrubaria os painéis. Isso gerou a imagem do presidente dos Estados Unidos com as "tábuas das tarifas" nas mãos que, por sua vez, estimulou memes de todo o tipo. 

Por isso, foi preciso que os repórteres voltassem ao interior dos anexos da Casa Branca – o anúncio foi feito no Jardim de Rosas – para confirmar que a imposição de tarifas vale para 185 países. Mas o que mais reflete o caos tarifário desatado por Trump é a inclusão nessa lista do Território das Ilhas Heard e McDonald. 

É um grupo de ilhas vulcânicas áridas perto da Antártica, coberto por geleiras e habitado apenas por... focas e pinguins. É um território externo à Austrália, considerado autônomo.  É tão isolado que, para chegar lá a partir de Perth, cidade na costa oeste da Austrália, é preciso navegar duas semanas de barco. O primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, que já foi elogiado por Trump, constatou nesta quinta-feira (3):

— Nenhum lugar da Terra está seguro.

No discurso do famigerado "Dia da Libertação", Trump desfiou um rosário de queixas. Disse que os EUA são tratados de forma injusta no comércio mundial há mais de 50 anos, que vários países subsidiam suas exportações, que a economia americana está sendo "pilhada" (saqueada, como ocorre depois de uma vitória militar ou catástrofe).

Talvez, para Trump, até as focas e pinguins do território remoto perto da Antártica estejam conspirando para derrocada do império americano.

Os impactos possíveis

Antes do anúncio oficial, bancos, universidades e órgãos de financiamento de exportações fizeram projeções sobre o impacto do tarifaço de Trump. Cada um adotou um cenário diferente para o aumento das alíquotas.

1. Goldman Sachs, uma das maiores instituições financeiras dos EUA, com aumento de 15 pontos percentuais neste ano: aumento na probabilidade de recessão de 20% para 35%, alta no índice de inflação mais observado pelo Fed de 3,5% (a meta lá é de 2% ao ano). 

2. Laboratório de Orçamento da Universidade de Yale, com elevação de 13% na tarifa efetiva dos EUA: aumento de preços entre 1,7% e 2,1%, redução entre 0,6 e 1 ponto percentual no PIB e perdas de US$ 1 mil a US$ 1,3 mil para as famílias americanas.

3. Instituto das Economias em Desenvolvimento, ligado à  Organização de Comércio Exterior do Japão (Jetro, na sigla em inglês), com tarifas de 25% dos EUA: queda de 0,6% no Produto Interno Bruto (PIB) mundial em 2027 (perda de US$ 763 bilhões), puxado por tombo de 2,7% no PIB americano de 2027 e forte impacto nos lucros de empresas americanas que dependem de componentes chineses.

4. Universidade Aston (Reino Unido), com tarifas de 25% sobre todas as importações, seguidas de retaliações na mesma alíquota: perda de US$ 1,4 trilhão na economia mundial e drástica elevação de preços nos EUA. Teria efeitos semelhantes ao da guerra comercial de 1930 que aprofundou a Grande Depressão.

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