Em ato na Avenida Paulista, o ex-presidente voltou a espalhar fake news contra o Judiciário e o sistema eleitoral. Ele insinuou que só teria deixado o poder após ser vítima de "interferência" do Tribunal Superior Eleitoral na disputa de 2022.

"A interferência, a mão pesada, fez mudar o resultado final das eleições. A pressão foi enrome, inclusive de fora do Brasil", discursou. "O golpe foi dado. Tanto é que o candidato deles está lá", insistiu.

Bolsonaro repetiu duas vezes a mentira de que Lula teria sido recebido por traficantes do Complexo do Alemão na campanha de 2022. Nas redes da extrema direita, essa acusação falsa costuma ser acompanhada de outra mentira: a de que o petista teria vestido o boné de uma facção criminosa.

Lula ganhou um boné preto com a sigla CPX, abreviação de "complexo". A expressão é usada por jovens que vivem em complexos de favelas como Alemão, Maré e Salgueiro.

No discurso de domingo, Bolsonaro chamou de "psicopatas" os ministros do Supremo que trataram o 8 de Janeiro como uma tentativa de golpe militar. Depois de inflamar os seguidores, ele desafiou o ministro Alexandre de Moraes a voar em aviões de carreira "para ser aplaudido".

Três dias após o tarifaço de Donald Trump atingir as exportações brasileiras, o ex-presidente voltou a se derramar em elogios ao republicano. "Só tenho a agradecer a ele pelos dois anos que ficamos juntos nas respectivas presidências", afirmou.

Inelegível por oito anos e réu no STF por tentativa de golpe, Bolsonaro apostou na tática da vitimização e disse aos apoiadores que a disputa de 2026 só terá legitimidade se ele puder ser candidato. "Eleições de 26 sem Jair Bolsonaro é negar a democracia. É escancarar a ditadura no Brasil", discursou.