O erro de Alexandre de Moraes que vai custar muito... | VEJA


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Critique of STF's Action

The article strongly condemns the Supreme Tribunal Federal (STF) for serving Jair Bolsonaro with legal documents in a hospital ICU following surgery. It argues this action was inappropriate and demonstrates poor judgment, especially given the gravity of the ongoing case against Bolsonaro.

Legal and Ethical Concerns

The author points out the conflict with the Brazilian Code of Criminal Procedure, which prohibits serving legal papers to individuals in critical health conditions. They question the STF's awareness of this code and highlight the unnecessary and potentially harmful nature of the action.

Political Ramifications

The article suggests that the STF's decision plays into Bolsonaro's narrative of victimhood, bolstering support among his base. This outcome, deemed counterproductive by the author, inadvertently strengthens Bolsonaro's position.

STF's Justification and Counterarguments

The STF's justification, referencing Bolsonaro's prior live stream from the hospital, is countered by the article. The author argues that delaying the service until after Bolsonaro's recovery would have avoided this negative outcome, despite a slight delay in legal proceedings.

Comparison to Lula's Case

The author draws a parallel with the rushed nature of Lula's conviction during the Lava Jato operation, suggesting that similar haste in Bolsonaro's case could prove detrimental to the STF.

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A intimação de Jair Bolsonaro em uma UTI após a sétima cirurgia em decorrência da facada na eleição de 2018 é um dos atos mais abjetos do Supremo Tribunal Federal nos últimos anos. Aliás, não lembro de nada tão indigno desde que cubro a corte como jornalista em Brasília.

É também de pouca inteligência em meio ao processo mais importante da história do STF: o julgamento da trama golpista que quase aboliu o estado democrático de direito no Brasil, envolvendo o próprio ex-presidente, ex-ministros e parte das Forças Armadas.

A decisão é tão ruim que foi necessária a divulgação de uma nota para explicar o motivo da intimação ser realizada no hospital com o ex-presidente preso a inúmeros aparelhos, convalescendo após 12 horas de uma cirurgia “extensa” e de “grande porte”. 

Existe uma máxima em Brasília: quando um dos Três Poderes precisa se explicar diante de um fato é porque o ato deu muito errado.

Nesse caso, há ainda um agravante: o Código de Processo Penal proíbe a citação de indivíduos em estado grave de saúde. Alguém tem dúvida de que Bolsonaro enfrenta novamente uma situação delicada envolvendo sua condição física? O STF não conhece o código penal brasileiro?

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Há uma quantidade enorme de provas contra o ex-presidente no processo da trama golpista que vão muito além da delação de Mauro Cid. São provas colhidas pela Polícia Federal e pela Procuradoria-geral da República. 

Tudo que Bolsonaro, seus advogados e a cúpula do bolsonarismo querem, incluindo seus filhos, é engrossar o caldo da narrativa do vitimismo para seu público, mas também furando a bolha da extrema direita.

Nesse aspecto, a citação do ex-presidente dá a maior contribuição para arregimentar mais fiéis à narrativa de que se trata de um julgamento político. Não que seja – frise-se – mas o estrago está feito. 

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Quando o STF faz esse tipo de movimento de intimá-lo numa UTI a imagem que fica é de fato de perseguição. A corte, assim, acaba ajudando o ex-presidente a atingir seu objetivo. Daí porque foi um ato processual totalmente desnecessário. 

É pouco inteligente até por isso: dá munição contra a imagem do próprio tribunal, que deveria se fiar no fato de que sua sede foi destruída no 8 de janeiro por violência e excessos de golpistas contra a democracia brasileira. Os ministros são as vítimas, junto com o Congresso e o Executivo.

Era óbvio que Bolsonaro gravaria a ação para usar nas redes sociais, como sempre fez e faz.

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A explicação do STF para a intimação autorizada por Alexandre de Moraes é a de que o Bolsonaro fez uma live no dia anterior, também no próprio hospital, para vender produtos de uma empresa que tem com os filhos e outros sócios. 

“A divulgação de live realizada pelo ex-Presidente na data de ontem (22/4) demonstrou a possibilidade de ser citado e intimado hoje (23/4)”, afirmou em nota. Foi inadequada a live, mas mais errada ainda a intimação. A corte caiu na armadilha do bolsonarismo.

Qual é o problema de esperar que o ex-presidente esteja melhor, talvez até em casa para receber essa intimação? Isso vai atrasar vinte, trinta dias do processo que seja, mas evita a cena lamentável da oficial de Justiça na UTI. Bolsonaro teve piora no quadro de saúde, com a pressão subindo fortemente no momento da intimação, algo divulgado pelo próprio hospital.

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Um dos maiores erros da Justiça no processo em que Lula respondeu na Lava Jato foi a pressa em condená-lo. Análises comparativas mostraram que o atual presidente foi sentenciado em oito meses quando o normal eram 14. 

A correria processual nesse caso do golpe pode se transformar no grande ou maior trunfo do líder da extrema direita brasileira. E a culpa será do STF, o mesmo que corrigiu o erro contra Lula lá atrás.

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