Hugo Calderano's recent victory in the Table Tennis World Cup against the world's number one player, Lin Shidong, stands as a remarkable achievement following a challenging year. His previous success at the Paris Olympics, reaching the semifinals – a feat unprecedented for a non-Asian or European athlete – was overshadowed by a semifinal loss and the subsequent bronze medal match loss.
The year after the Olympics saw a split performance. Calderano dominated in his club, Liebherr Ochsenhausen, while facing setbacks in international WTT tournaments, failing to progress beyond the quarterfinals in eight tournaments. His success in the World Cup demonstrated his ability to overcome these challenges. This success prompted a change in his career trajectory.
In response to the difficulties, Calderano ended a 15-year partnership with his coaching team and will leave Liebherr Ochsenhausen after nine seasons. He aims to concentrate on WTT championships, particularly the high-profile Smash events, to secure a favorable seeding for future Olympic competitions. Calderano’s multilingual abilities and intellectual capacity contribute to his strategic decision-making in his career.
A vitória histórica de Hugo Calderano na Copa do Mundo de Tênis de Mesa contra o número 1 do mundo, Lin Shidong, por 4 games a 1, em uma exibição dominante em Macau, é um ponto fora da curva de uma temporada especialmente difícil após a euforia e a decepção que o brasileiro experimentou em Paris.
A euforia se deve ao fato de que, antes do brasileiro, nenhum atleta fora da Ásia e da Europa havia chegado a uma semifinal de Jogos, numa jornada que empolgou o país. Mas a derrota na semifinal, após levar uma virada no primeiro game, mexeu com a parte mental do brasileiro, algo que ficou claro na disputa do bronze.
O que se seguiu às Olimpíadas foi um ano dividido em duas partes. Em seu clube, Liebherr Ochsenhausen, foi praticamente imbatível e perdeu apenas uma vez em 19 partidas. Foi campeão da Copa da Alemanha e, neste momento, está a uma vitória da final da Bundesliga, a liga alemã. É, sem dúvidas, o motor do time.
Também foi campeão pan-americano, título conquistado pela quinta vez, quase uma obrigação para quem ocupa o quinto lugar do ranking mundial e disputa esse torneio contra jogadores de uma região sem tradição no tênis de mesa —os atletas das Américas mais bem colocados depois de Calderano são o norte-americano Kanak Jha, na 33ª posição, e o brasileiro Vitor Ishiy, no 52º lugar. A distância é abissal.
Já nos campeonatos internacionais do WTT (World Table Tennis), com forte presença de atletas asiáticos, acumulou derrotas e, nos oito torneios anteriores à Copa do Mundo, não passou da barreira das quartas de final. Na temporada até os Jogos de Paris, ele havia chegado a quatro decisões e conquistado dois títulos.
Ainda que na Alemanha atuem nomes como Patrick Franziska (8º) e Dang Qiu (11º), os principais jogadores do mundo hoje estão na Ásia. Não à toa, dos oito reveses de Calderano em eventos WTT, sete foram contra atletas do continente. O retrospecto em 2025 apenas reforça o quão admirável foi a campanha do brasileiro na Copa do Mundo, superando os três primeiros do ranking, dois chineses e um japonês —em sequência—, e a performance na decisão foi um doutorado de tênis de mesa.
O desempenho nos principais campeonatos internacionais nesta temporada já havia ligado um alerta para Calderano, que promoveu mudanças em sua preparação. Em janeiro, anunciou o término da parceria com a equipe técnica que o acompanhou nos últimos 15 anos, incluindo a saída do treinador francês Jean-René Mounie, que agora ocupa o cargo de consultor internacional da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa.
Esse também será o último ano de Calderano no Liebherr Ochsenhausen, após nove temporadas em duas passagens pelo clube alemão. A ideia, segundo o anúncio, é se concentrar nos campeonatos do WTT —ele seguirá usando as instalações da equipe, então é improvável que se transfira para outra liga, o que parece fazer sentido para um atleta de 28 anos e que, em Los Angeles, terá 32. É necessário preservar o corpo.
O brasileiro sabe que, para chegar em condições de conquistar uma medalha olímpica, terá de se manter nas primeiras posições do ranking, o que em tese garante um chaveamento mais favorável. Assim, o que de fato importa para pontuar são os eventos internacionais, sobretudo os Smash, os Slams do tênis de mesa.
Por vezes, a inteligência fora do comum de Calderano é retratada de forma quase folclórica em entrevistas, que ressaltam o fato de ele falar sete línguas —recentemente se dirigiu à mídia chinesa em mandarim, com ótimo vocabulário— e de saber na ponta da língua as capitais mundiais. Mas essa inteligência vai bem além e comporta a capacidade de mudar pontos estruturais de sua carreira frente a momentos de instabilidade.
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