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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou, nesta quarta-feira, os resultados de uma análise das creatinas vendidas no país. O suplemento alimentar é um dos mais utilizados por pessoas que praticam atividades físicas. O material foi analisado pelo laboratório do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
A agência avaliou 41 produtos (confira a lista completa no fim da matéria), produzidos por 29 empresas, e verificou três aspectos: o teor de creatina; a presença de matérias estranhas e a adequação de rotulagem.
Em relação ao teor, a legislação permite uma variação de até 20% no conteúdo em relação ao que é declarado no rótulo. Além disso, o produto precisa atender o valor de referência, que para a creatina é de 3g.
Os resultados apontaram que 40 marcas seguiam os requisitos de teor de creatina, sem variações que pudessem caracterizar uma infração sanitária. Apenas um produto foi considerado irregular. Porém, segundo a Anvisa, a amostra “está em processo administrativo e de apuração, o que não permite a divulgação da marca neste momento”.
Em relação à presença de matérias estranhas, todas as marcas foram consideradas satisfatórias. Por outro lado, quando o critério foi a adequação de rotulagem, 40 dos 41 produtos reprovaram na análise da agência.
A única amostra que atingiu resultados satisfatórios em todos os três critérios avaliados pela Anvisa foi a da Creatine Monohydrate - 100% Pure, da marca Athletica Nutrition, fabricada por ADS LABORATÓRIO NUTRICIONAL LTDA.
Os problemas de rotulagem, no entanto, não representam riscos à saúde do consumidor. Podem gerar apenas notificações aos fabricantes, já que afetam a orientação ao público. Os erros mais comuns nesse quesito foram:
- Apresentação de alegações não previstas, ou seja, o rótulo atribuía ao produto propriedades que não são autorizadas para a creatina, inclusive com alegações incorretas em língua estrangeira;
- Uso de palavras ou imagens que podem induzir o consumidor a uma informação incorreta ou insuficiente sobre o produto;
- Tabela de informação nutricional fora do padrão e não declarada no mesmo painel da lista de ingredientes;
- Frequência de consumo não declarada;
- Número de porções da embalagem não declaradas na tabela de informação nutricional e
- Tabela nutricional sem as quantidades de açúcares totais e açúcares adicionados.
Para a análise, a Anvisa coletou amostras de embalagens de 300g das creatinas mais vendidas no país durante o segundo semestre de 2024 dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Paraná e Espírito Santo, devido à concentração de mercado nesses locais.
As amostras foram adquiridas nas empresas fabricantes, à exceção do Rio de Janeiro, onde as creatinas foram coletadas no mercado varejista. Para garantir a reprodutibilidade dos resultados, seguindo a determinação da lei brasileira, os produtos foram coletados três vezes pelas vigilâncias sanitárias locais.
Confira a lista das creatinas analisadas pela Anvisa
As 41 creatinas analisadas pela Anvisa